sonho se fez tempo Plantado sobre a teimosia que se fez berço
Para dar vida ao guerreiro que decidiu nascer,
São quinze anos de tempo e mais de sonhos
Que a voz do povo buscou chamar a terra
E se fez força da paz fazendo a guerra.
Batalhas marcam os dias
Os livros marcam a história
Os hinos as alegrias.
pranto também faz parte deste longo caminhar
Cumpre o papel de regar o sonho tão valente
De quem acreditou que plantando sangue renasceria
E em cada passo que o povo daria...
Nas vitórias viveria eternamente.
E a terra feito um lençol macio se estende
Oferecendo seu colo umedecido
Ainda expondo os destroços da última batalha.
Com marcas de latifúndios entocaiados
Erguem-se: homens, mulheres e meninos
Riscando com um sopro a linha do destino
E marcam as próprias mãos
Com calos que lhes dão dignidade.
É a terra quem resgata o ser humano
Plantando na consciência
Coragem e resistência
Para fazer nascer a solidariedade.
E os mantos de lonas escaldantes
Se desenrolam para formar cidades
Sem muros nem dor de gente errante
Cada qual desenhando seu lugar
Deixando a porta aberta para a linha do horizonte
Onde está a bandeira envaidecida
Chamando com sua dança para seguir adiante.
Agora sobre a terra escreve-se com enxadas
Palavras que formam fartura e unidade
Não haverá mais fome nem tristeza
vale ressecado volta a ter beleza
E a voz entoa louvando a liberdade
Não haverá outras faces mais felizes
Do que estas penetradas de valores com raízes
Que nascem da alegria do coração
Do sonho e da paixão
Que cada um de nós
Planta em nosso peito.
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