A oficina da violência Está trabalhando, Seus funcionários são algozes do povo Um a um!
Os jornais noticiam
A indignação da lei
E nós dizemos nas ruas nesse 17 de abril
A efervescência da palavra
Justiça!
Tão escassa nos nossos dias...
A nossa paciência de esperar,
Não esperar mais
A voz primitiva da multidão ecoa
Nos tribunais tomando os seus dicionários
Abre o caminho com a justiça
De nossas bandeiras.
Os estranhos a isso, desconhecem!
A cor do nosso sangue, a memória
Dos hinos...
E a pauta de nossa utopia,
A fome engolindo decretos.
Olhamos...
A intransigência dos ditadores
Cavando covas em nossas manhãs
E dando suas sentenças,
Até quando existirá prisão
Aos condenados à miséria?
Carregamos pesados fardos de injúria
Mas nunca estamos mortos!
Não estamos deserdados
Da terra,
Caminhamos com o seu fulgor,
Conhecemos a nossa legitimidade
Como também a justeza dos disparos
E seus pesadelos!
Faremos da desigualdade da batalha
A beleza da vitória!
Do lugar de morrer,
O lugar de sonhar
Do lugar de ceder,
O passo de avançar.
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